Uma psicoterapia que seja válida não deve, de forma alguma, se limitar ao tal do autoconhecimento. Como diria Lacan:
“Não se cura a pessoa de si mesma.”
É de inegável importância que busquemos saber sobre a história dos nossos sofrimentos e seus motivos.
Mas também devemos tomar cuidado com a seguinte armadilha: aquele que sabe demais das razões de seus males não tem por que se livrar delas, uma vez que se encontram legitimados, perfeitamente justificados.
Portanto, saber deles é apenas o primeiro passo.
O processo psicoterapêutico deve reconhecer esses pontos de fixação, como dia Freud, mas também deve convidar o paciente a ir além.
- “Tenho motivos e explicações para ser o que sou, mas o que eu quero mudar?”
- “O que dá para mudar?”
- “O que eu gostaria de viver?”
- “Será que vai dar certo?”
- “Estou disposto a experimentar e ‘pagar para ver’?”
Assim, faz-se a passagem do (auto)conhecimento que nos aprisionava para o desconhecido, na aposta de que ele talvez possa nos trazer a sensação, nem que seja por alguns momentos, de que, nessa vida, tivemos a ousadia de nos atualizar e bancar nossos desejos.
O autoconhecimento seria o objetivo final do processo analítico? Essa é a pergunta provocativa de hoje.
O que vocês pensam a respeito? Conte para mim nos comentários.
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