Egotrip
Evandro Mesquita
De forma bem humorada, Evandro nos traz uma das faces (tragi)cômicas dos nossos (des)encontros amorosos.
Quem a gente ama quando ama? Em alguns momentos, há uma perda da clareza na relação de sujeito e objeto nas relações mais importantes que temos…
Às vezes não amamos o outro em si, mas amamos ser amados pelo outro. Amamos o outro na medida que ele retribui nosso narcisismo, nossa ânsia de ser especial, desde que o outro nos confirme constantemente o quanto somos seres desejáveis e únicos.
Buscamos pistas no cotidiano, muitas vezes comparando, quantificando o quanto o outro se dedica a nós em detrimento de outras áreas da sua vida tais como família, trabalho, amigos, atividades de lazer, enfim, tudo o que não fomos incluídos.
A letra da música parece retratar esse lado da moeda.
Mas tem o outro lado…
Há momentos que amamos o outro mais do que nós mesmos. Renunciamos. Doamos até o que não temos.
Quem ama mais? Muitas vezes recorremos a nossa planilha amorosa para fazer o “cálculo”. Perguntamo-nos: como foram as trocas, o dar e o receber, têm sido justas? Tendo mais a amar ou a ser amado?
No consultório, aparece esse acerto de contas frequentemente e… a conta não fecha. Na vida real esse balanço não é estável e nem justo. É comum a reclamação de que um se doa mais que o outro. E você já viveu uma relação em que essa conta fechou “justamente”?