Paradeiro

Paradeiro

Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown

Haverá paradeiro para o nosso desejo
Dentro ou fora de um vício
Uns preferem dinheiro
Outros querem um passeio perto do precipício
Haverá paraíso
Sem perder o juízo e sem morrer

 

O trecho da música de Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown me lembra o dilema retratado por muitos pacientes e, também, teorizado por Freud em 1930, em “O mal-estar da civilização”: devemos conter nossa busca pela felicidade, por novas experiências, pro aventuras com todo o risco que isso implica, em nome de uma vida mais longa e estável, morna e previsível?

Podemos viver uma vida mais emocionante sem perder o juízo e sem morrer?

A busca pelo dinheiro e o consumo ininterrupto de produtos e “experiências” em paraísos artificiais, tem sido uma forma contemporânea bastante frequente,  na tentativa de transformar a vida em algo mais intenso e “interesante”…  

Assim, resgatamos a impressão de viver o máximo que se poderia, o máximo de gozo ofertado no market place, nas redes… Fora o Fear of Missing Out!

Trabalhamos demais, compramos demais, malhamos demais, consumimos cada vez mais substâncias psicoativas…  

Mas seria esse o paradeiro? Haveria um outro paradeiro para isso?

Qual seria o paradeiro do nosso desejo? Vícios, dinheiro? Que mais?

Essa é a pergunta que não se deve calar. 

Vale prestar atenção nessa letra de Carlinhos, Marisa e Arnaldo.

Um abraço grande, G.

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