Superhero
Madeleine Pieroux
If I were a superhero
I’d know what to do
Wrap you up in moonlight
Stop the world for you
If I were a superhero
I would save the day
If you had a sorry
Tell our troubles melt awayBut here we are
Here we are
A million miles from where they care
Who we are
Wishing stars everywhere
And I am only human
Se não somos os super heróis que desejamos para aqueles que amamos, o que podemos então dar?
Talvez possamos oferecer ao outro um desejo… Mas qual? O desejo de ser admirado e de agir para que assim seja; um esforço para conquistar algo que atenda aos ideais de quem amamos, e que sejamos reconhecidos por isso…
Mas às vezes, não poderemos dar exatamente o que outro espera… Nesse caso, resta-nos colocar ao trabalho de dar uma parte, ou então, nem isso sendo possível, dar outra coisa mesmo. É o que temos pra hoje, como dizem por aí.
E aí fica a questão: Seremos capazes de amar um ser humano que é apenas humano? Há “grandeza” em ser amado por um ser pequeno, que não alcança as estrelas, embora deseje fazê-lo?
Não nos iludamos: nunca atenderemos ao outro completamente, exatamente, por mais que amemos. Não há demanda de um ser humano que o outro possa atender.
Lacan diz que amar é dar o que não se tem. Às vezes, sim, damos ao outro o que não temos, ou seja, uma gratuidade no amor, um desapego ao super herói, que nunca imaginaríamos ser capazes. Enfim, em alguns raros momentos, temos a oportunidade de amar e ser amado sendo apenas humanos, limitados, faltantes. E aí o milagre acontece.
Se você fosse um super herói, o que você faria por quem ama? E não sendo, como fica esse amor?